quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A parábola das dez virgens


A palavra parábola provem do grego 'parabolê' , que significa 'colocar algo ao lado de outra coisa para efeito de comparação'. A parabola das dez virgens apresentada por Jesus tem como pano de fundo os costumes orientais acerca do casamento. As dez virgens, ou damas de honra (Sl 45.14), e o esposo são referidos claramente na parábola em apresso, enquanto que se infere a presença da noiva e dos companheiros do noivo (Jz 14.10). O casamento oriental poderia ser realizado à noite (Mt 25.8) ou durante o dia, podendo durar vários dias (Gn 29.27; Jz 14.12). Dentre os companheiros do noivo havia um que recebia a designação de companheiro de honra (Jz 14.20) sendo responsável muitas vezes pela organização do casamento (Jo 2.9,10). As damas de honra eram as companheiras da noiva, sendo geralmente suas amigas mais chegadas. O noivo e seus companheiros iam à casa da noiva para traze-la à sua casa ou à casa de seus pais (Sl 45.14). A ceia do casamento poderia ser realizada na casa da noiva (Mt 25.1-3) sendo isso bastante comum. Algumas vezes as circunstâncias compeliam a isso (Gn 29.22; Jz 14). Passaremos agora à compreensão da parábola. A bíblia usa de linguagem literal e simbólica, e apesar de a parábola ser de linguagem simbólica, nos traz uma lição ou ensino prático. Tem significado único, várias aplicações e valor prático e atual. O termo 'noivo' refere-se ao Senhor Jesus (Mt 9.15; Mc2.19,20) enquanto que o termo 'noiva' refere-se à igreja (2Co 11.22). Entretanto, na parábola das dez virgens, a igreja não está sendo representado pela figura da noiva, mas pela figura das dez virgens. Era costume nos casamentos orientais realizados à noite, que os convidados trouxessem lâmpadas consigo para que o ambiente ficasse iluminado. Traziam, também, combustível para as lâmpadas para que estas se mantivessem acesas. As virgens ou damas de honra da parábola, são utilizadas por Jesus para ensinar uma importante lição à igreja: a vigilância quanto à sua vinda iminente. A lampada que cada uma das virgens levavam representam a palavra de Deus (119.105). Todas as virgens tinham o conhecimento e a revelaçao da palavra de Deus, sendo tal argumento assegurado pela posse de suas lampadas. O azeite, na biblia representa o Espirito Santo (Is 61.1,3;1Jo 2.20,27) e só pode ter o Santo Espírito dentro de sí quem é crente. O apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios 6.19: . 'O Espírito Santo... habita em vocês'.
Há muitos que pensam que as cinco virgens loucas não representam salvos que perdem a salvação, pois, afirmam eles, as virgens não tinham o Espírito Santo que na parábola é representado pelo azeite. Os que assim pensam são adeptos da teoria que assevera:'uma vez salvo, salvo para sempre'. Sabemos que tal doutrina não encontra apóio bíblico, e uma análise mais acurada da parábola nos revela que:

1. Todas as dez virgens levavam azeite em suas lâmpadas (Mt 25.1,3,8); vê-se isso pela expressão 'nossas lâmpadas se apagam'. Ora, se suas lâmpadas se apagavam é por que restava um pouco de azeite nas mesmas(vs. 8) que anteriomente ao encontro com o noivo haviam colocado(vs. 1,3).

2. Embora tivessem azeite em suas lâmpadas, as virgens loucas não levaram azeite de reserva consigo o que resultou na falta do mesmo (Mt 25.3,8). 'Mas as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas' (Mt 25.4 ARA).

3. Saíram a comprar azeite de reserva num momento impróprio (vs. 9b,10). 'Estando elas ausentes, o noivo chegou e fechou-se a porta'. Estas ficaram de fora (vs. 10-12).

As dez virgens bem representam crentes que tendo acesa dentro de sí a chama do Santo Espírito (representado na parábola pelo azeite) aguardam a vinda de Jesus ( o noivo) com toda a diligência. As virgens prudentes representam os crentes que continuam atentos a que não se apague em suas vidas o fogo costante do Espírito Santo (vazilha de azeite). As virgens loucas representam crentes que não se preocupam em manter acesa dentro de sí a chama do Espírito. Preocupados com as coisas do mundo (um sistema de coisas perverso) se esquecem da vazilha de azeite e a chama do Espírito pouco a pouco se apaga.