quinta-feira, 3 de julho de 2008

Por Dentro do Inferno

Apesar dos poucos recursos de que disponho, procurarei, senão responder dogmaticamente à temática, trazer um pouco de luz sobre a existência e a não-existência de um inferno de fogo.
O que vou expor neste espaço, é parte das respostas que enviei a um participante de uma comunidade da qual participo numa comunidade de relacionamento.
Esse participante questionou a existência de um infenro de fogo através de algumas perguntas que me levaram a posicionar-me direta e pessoalmente sobre o assunto em questão. Esse é meu posicionamento à pergunta: A expressão "fogo do Inferno" deve ser entendida de modo literal ou figurada?
À seguir, respostas às perguntas feitas a mim por um participante de uma comunidade de relacionamento.


INTRODUÇÃO


Olá "Carlos". Obrigado por responder neste fórum sobre um assunto tão complexo ou "paradoxal" como pensem.
À pergunta "A expressão "fogo do inferno" deve ser entendida de modo literal ou simbólica?" recebi algumas respostas tais como: literal, simbólica ou o inferno não existe.
Você parece não acreditar na existência de um inferno de fogo onde almas impenitentes sofrem pelo mau que cometeram.
Nem eu acredito, tampouco.
Como já afirmei, resumindo minhas palavras:
"O LUGAR É REAL, O TORMENTO É ETERNO, MAS A LINGUAGEM "FOGO" É FIGURADA".


I. A REALIDADE DE UM INFERNO DE FOGO
Esclarecerei, a seguir, o que quis dizer com:

1. "Lugar real".
Acredito que o inferno seja um lugar tão real quanto o céu. Se o céu é entendido como um lugar real, por quê o inferno não poderia?Levando-se em conta o fato de que a palavra "inferno" foi utilizada como tradução para vários termos primitivos - "sheol, hades, geena e tártaro" (a Nova Versão Internaciona traduz melhor os termos) devo considerar que, dependendo do relato Bíblico estudado, a palavra "inferno" se refere a:

a.) Estado Intermediário: Onde a alma e o espírito ficam destituidos de seu corpo permanente aguardando juízo e em sofrimento consciente (Lc 16.23;I pe 3.19;2 Pe 2.4,9), não devendo-se levar em consideração o que afirmam alguns que apregoam que justos e ímpios dormem entre a morte física e a ressurreição.
As Escrituras tão-somente dizem que os mortos "dormem" (Dn 12.2;1 Ts 4.14) utilizando-se, assim, da linguagem das aparências, e literalmente aplica-se somente ao corpo.

b.) Estado de Punição Eterna: Onde, como afirma as Escrituras, "...todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo" (Apocalipse 20:15) e onde "...a morte e o hades foram lançados no lago de fogo.
Esta é a segunda morte..." (Apocalipse 20:14).

2. "Tormento eterno".
O Estado de Punição Eterna denota "tormento eterno".
De que modo seria esse tormento? Creio que quando se fala de "fogo eterno" vem logo à mente a imagem do inferno de Dante Alighieri .
Pessoas sendo torradas pelo fogo e torturada por demônios macabros.
Se o lago é de fogo, como diz as Escrituras, devemos imaginar milhares de pessoas submergindo em lavas semelhantes as lavas vulcânicas?
Ou quem sabe tendo lavas entrando pelos ouvidos, boca e nariz?
Não precisamos chegar ao extremo de um literalismo cego.
Entretanto, não devemos enveredar por um caminho que dá um sentido metafórico a tudo que se mostre difícil de se compreender.
Inúmeras pessoas crêem na existência da Santíssima Trindade sem, no entanto, compreender bem essa doutrina.
Todo simbolismo trás consigo uma interpretação literal ou real, embora, nem tudo deva ser entendido de modo literal.
O perturbador fato de termos consciência de que estamos banidos para sempre da presença de Deus, já seria suficiente para nos fazer sofrer os mais terríveris horrores emocionais que se tornam razões do nossa mal-estar físico num lugar como o "lago de fogo". "...lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes" (Mateus 13:50)."
Ali haverá choro e ranger de dentes quando virdes Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora" (Lucas 13:28).

3. "A linguagem 'fogo' é figurada".
"Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno" (Mateus 5:22).
A parte final desse versículo diz: "... será réu do fogo do inferno".Esse fogo deve ser entendido de modo literal? NÃO.
Trata-se de linguagem figurada.Entre outros significados, nas Escrituras, a palavra "fogo" é sinônimo de castigo, juízo ou punição.

a.) Assim foi com Sodoma e Gomorra, destruida pelo fogo: "Então o Senhor, da sua parte, fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra" (Gênesis 19:24). Nessa passagem, tanto o juízo quanto o fogo são entendidos de modo literal.

b.) "...e que toda a sua terra é enxofre e sal e abrasamento, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e no seu furor" (Deuteronômio 29:23).
Observamos, analisando os capítulos anteriores, que caso o povo israelita se mantivesse fiel a Deus, ELE o abençoaria; caso contrário, Deus enviaria enxofre e fogo do céu sobre eles. Entretanto, Deus nunca enviou fogo sobre a nação israelita, nem a A Terra da Promessa se tornou sal (literalmente falando).
A explicação vem no fraseado "...de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma..."; ou seja, eles não teriam colheita alguma pois a terra não mais produziria para eles.
Trata-se, aqui, de um fogo e enxofre metafórico, significando "seca" ou "não produtividade de suas terras", mas com um cumprimento real.Assim é que apesar da linguagem figurada, esta descreve um terrível banimento da presença de Deus e de seu Cristo.
Alguns defendem a tese do "aniquilacionismo", segundo o qual, os ímpios serão aniquilados ou extintos, literalmente falando.
Não é verdade. Em Mateus lemos: "E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna (Mateus 25.46)".
Se os justos desfrutarão da vida eterna é claro que os ímpios sofrerão o castigo eterno.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Por Dentro do Inferno - parte 2

II. Soberania, Justiça Divinas e Lei da Semeadura
"Carlos" enviou algumas perguntas para mim quanto à natureza do inferno. Procurarei respondê-las de acordo com meu pouco conhecimento sobre o assunto.

1."Como Deus pode dizer amar os inimigos e dizer que irão queimar no fogo eterno?"O Senhor Jesus afirmou: "Amai vossos inimigos...".
"Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus" ( Sl 9.17). Entre a primeira declaração e a segunda, existe um grande abismo.
Entretanto não há contradição alguma.
Todo o ímpio será destruido, ou seja "arruinado" por Deus: "O SENHOR guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos" (Sl 145.20).
Por outro lado Jeová afirmou: "...se avisares o perverso, e ele não se converter da sua maldade e do seu caminho perverso, ele morrerá na sua iniqüidade..." (Ez 2.19).
Entra em cena a questão da Soberania de Deus, Justiça Divina e a Lei da retribuição.
Como diz Gálatas 6.7: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará".

2. "Como pode Deus tratar com justiça Adolf Hitler e um ladrão de galinhas, se ambos vão para o tormento eterno?"
Idem o item 1.
Quero acrescentar que o conceito de pecado para Deus não é tão relativo como muitas vezes é para nós.
Em Tiago 4.17 encontramos uma exelente definição de pecado: "...aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz comete pecado".
É claro que não é a mesma coisa os atos cometidos por Adolf Hitler e um ladrão de galinhas, mas para Deus "Toda injustiça é pecado..." (1 Jo 5.17) por que "Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio" (1 Jo 3.8).
Se vivermos na prática do pecado seremos destruidos, não importando qual pecado tenhamos cometido pois "Toda injustiça é pecado...".

III. LOCALIZAÇÃO DO INFERNO

3. "Onde se localiza o inferno atualmente".

a). Essa é uma pergunta bem interessante pois se o inferno é um lugar, onde se localiza?

Interessante, também, é falarmos do céu como um lugar que está logo ali na esquina.
Salomão reconheceu que os céus não poderiam conter Deus, mas ainda assim, "paradoxalmente", o céu é o lugar da habitação de Deus (1 Reis 8:27-30).
As Escrituras mostram que Deus, embora esteja em todo o lugar, escolheu habitar, especialmente, no céu (ou talvez devamos dizer que os humanos têm usado a palavra céu para se referir ao reino divino)?
É claro que, sendo Deus espírito, as palavras que sugerem distância e espaço podem ser usadas apenas metaforicamente.
O céu não é em cima nem em baixo, nem no oriente nem no ocidente.
Não podemos localizar o céu em um mapa tridimensional de galáxias.
As nossas palavras não fazem justiça às realidades espirituais.
Tomemos como exemplo o trio do amor, alegria e paz.

O amor de Cristo excede todo o conhecimento (Efésios 3:19).
Deus dá-nos uma alegria inexprimível (1 Pedro 1:8). A Sua paz transcende todo o entendimento (Filipenses 4:7).

b). Se não conseguimos localizar o "céu" como podería-mos localizar o inferno em um mapa, talvez, no universo?
Poderia aqui enumerar as muitas teorias que procuram explicar a existência ou a localização de um inferno real e tangível.
Não farei isso, entretanto, por tratar-se apenas de especulaçôes que mais complicam que explicam a temática "localização do céu e inferno".
As palavras falham quando queremos discutir estas realidades espirituais.
Se nem mesmo podemos discutir o amor, a alegria e a paz na sua plenitude, quão maior será a nossa limitação ao discutirmos a presença de Deus ou a localização do inferno?
Interpelado sobre a localização exata do céu e do inferno, um idoso e sábio pastor respondeu:
"O céu fica no final de uma

vida com Deus, e o inferno no final de uma vida sem Deus".

IV. UM INFERNO SEM FOGO

O fogo do inferno não é literalA linguagem "fogo" é figurada. "Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno" (Mateus 5:22).
A parte final desse versículo diz: "... será réu do fogo do inferno".
Esse fogo deve ser entendido de modo literal? NÃO.
Trata-se de linguagem figurada.
Entre outros significados, nas Escrituras, a palavra "fogo" é sinônimo de castigo, juízo ou punição.

a.) Assim foi com Sodoma e Gomorra, destruida pelo fogo: "Então o Senhor, da sua parte, fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra" (Gênesis 19:24).
Nessa passagem, tanto o juízo quanto o fogo são entendidos de modo literal.

b.) "...e que toda a sua terra é enxofre e sal e abrasamento, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e no seu furor" (Deuteronômio 29:23).
Observamos, analisando os capítulos anteriores, que caso o povo israelita se mantivesse fiel a Deus, ELE o abençoaria; caso contrário, Deus enviaria enxofre e fogo do céu sobre eles.

Entretanto, Deus nunca enviou fogo sobre a nação israelita, nem a A Terra da Promessa se tornou sal (literalmente falando).
A explicação vem no fraseado "...de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma..."; ou seja, eles não teriam colheita alguma pois a terra não mais produziria para eles.
Trata-se, aqui, de um fogo e enxofre metafórico, significando "seca" ou "não produtividade de suas terras", mas com um cumprimento real.Assim é que apesar da linguagem figurada, esta descreve um terrível banimento da presença de Deus e de seu Cristo.

Por Dentro do Inferno - parte 3

V. A NOVA TERRA E O LAGO DE FOGO

4. "Por que a Nova Terra está descrita no Apocalipse e o Inferno não?
Como "Carlos" bem afirmou "...nem sempre as apresentações no Apocalipse funcionam em tempo linear...".
Tanto a Nova Terra quanto o Inferno (Gehena) estão descritos no livro do Apocalipse:
Apocalipse 20. 10,13-15:
"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno [gr. Hades] deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras".E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo".

VI. INCORRUPÇÃO SÓ DE JUSTOS.

5. "Por que os justos comerão da árvore da vida e beberão da água da vida? Os ímpios não bebem ou comem (não da árvore; o ato de comer, pressuponho)?
Os ímpios tem um corpo mais incorruptível que dos os justos?".

Devemos deixar bem claro que:

a). A expressão "água da vida" ou "árvore da vida" não deve ser entendida de modo literal, mas sim metaforicamente.
Em Apocalipse 2.7 lemos: "... Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus".
Não significa que os justos comerão de um fruto real ou literal, que contendo propriedades miraculosas, permitirá que mantenham sua imortalidade.
A vida eterna eles já terão. "Água da vida" significa "vida eterna" pois o verso 11 afirma "...O que vencer não receberá o dano da segunda morte".

b). Em Apocalipse 21.6 lemos: "...Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.
A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida".A água da vida também é a vida eterna que nós encontramos em Cristo Jesus.
Em João 4.14 encontramos a seguinte expressão de Jesus: "...mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna".

c). "Carlos" perguntou: "Os ímpios tem um corpo mais incorruptível que o dos os justos?".
A palavra "corrupção" deriva do latim "corruptus" que significa tornar pútrido, podre.
Incorrupção é o oposto dessa definição.
Gálatas 6.8 diz: "...o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna".
Os ímpios, apesar de sua imortalidade no Geena, estarão em estado de morte, ou seja distanciados de Deus.
Isso é corrupção.
Quanto á ressurreição dos justos, Paulo diz:"Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória".
Ou seja, os ímpios não terão um corpo incorrupto; apenas os justos.

VII. ABSURDO. Sh'cheenah (Chequiná) É FOGO DO INFERNO.

6. "Se o fogo especial for o "SHEKNAH" ... onde está o perdão e a misericórdia?".
Em ítens anteriores expliquei que o fogo do inferno não deve ser entendido como um fogo literal, e sim metafórico.

a). Quanto a um tipo de fogo especial do qual "Carlos" fala (não sei o que ele quis dizer com isso), não deveria ser confundido com a "SHEKNAH" ou "Presença de Deus" ou "Glória do SENHOR" que é o significado da palavra em questão. "
Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo; De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo" (Ex 40:34-35).

b). A palavra hebraica para habitação ou presença de Deus é "Sh'cheenah" ou, como nós pronunciamos: Shekinah (Chequiná). O termo Shekinah era muitas vezes usado na palavra Deus. Na mente judaica, vinha do fato que Ele "habitou" ou "descansou" entre o seu povo, seja um indivíduo, uma tribo, ou todo o povo judeu. Em nada deve ser confundida com o "fogo do inferno".

c). Quanto a perdão ou misericórdias divinas em relação a aplicar a penalidade do Tormento Eterno aos ímpios, vide item 1.

CONCLUSÃO

"O INFERNO É REAL, O TORMENTO É ETERNO, MAS A LINGUAGEM "FOGO" É FIGURADA".

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A parábola das dez virgens


A palavra parábola provem do grego 'parabolê' , que significa 'colocar algo ao lado de outra coisa para efeito de comparação'. A parabola das dez virgens apresentada por Jesus tem como pano de fundo os costumes orientais acerca do casamento. As dez virgens, ou damas de honra (Sl 45.14), e o esposo são referidos claramente na parábola em apresso, enquanto que se infere a presença da noiva e dos companheiros do noivo (Jz 14.10). O casamento oriental poderia ser realizado à noite (Mt 25.8) ou durante o dia, podendo durar vários dias (Gn 29.27; Jz 14.12). Dentre os companheiros do noivo havia um que recebia a designação de companheiro de honra (Jz 14.20) sendo responsável muitas vezes pela organização do casamento (Jo 2.9,10). As damas de honra eram as companheiras da noiva, sendo geralmente suas amigas mais chegadas. O noivo e seus companheiros iam à casa da noiva para traze-la à sua casa ou à casa de seus pais (Sl 45.14). A ceia do casamento poderia ser realizada na casa da noiva (Mt 25.1-3) sendo isso bastante comum. Algumas vezes as circunstâncias compeliam a isso (Gn 29.22; Jz 14). Passaremos agora à compreensão da parábola. A bíblia usa de linguagem literal e simbólica, e apesar de a parábola ser de linguagem simbólica, nos traz uma lição ou ensino prático. Tem significado único, várias aplicações e valor prático e atual. O termo 'noivo' refere-se ao Senhor Jesus (Mt 9.15; Mc2.19,20) enquanto que o termo 'noiva' refere-se à igreja (2Co 11.22). Entretanto, na parábola das dez virgens, a igreja não está sendo representado pela figura da noiva, mas pela figura das dez virgens. Era costume nos casamentos orientais realizados à noite, que os convidados trouxessem lâmpadas consigo para que o ambiente ficasse iluminado. Traziam, também, combustível para as lâmpadas para que estas se mantivessem acesas. As virgens ou damas de honra da parábola, são utilizadas por Jesus para ensinar uma importante lição à igreja: a vigilância quanto à sua vinda iminente. A lampada que cada uma das virgens levavam representam a palavra de Deus (119.105). Todas as virgens tinham o conhecimento e a revelaçao da palavra de Deus, sendo tal argumento assegurado pela posse de suas lampadas. O azeite, na biblia representa o Espirito Santo (Is 61.1,3;1Jo 2.20,27) e só pode ter o Santo Espírito dentro de sí quem é crente. O apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios 6.19: . 'O Espírito Santo... habita em vocês'.
Há muitos que pensam que as cinco virgens loucas não representam salvos que perdem a salvação, pois, afirmam eles, as virgens não tinham o Espírito Santo que na parábola é representado pelo azeite. Os que assim pensam são adeptos da teoria que assevera:'uma vez salvo, salvo para sempre'. Sabemos que tal doutrina não encontra apóio bíblico, e uma análise mais acurada da parábola nos revela que:

1. Todas as dez virgens levavam azeite em suas lâmpadas (Mt 25.1,3,8); vê-se isso pela expressão 'nossas lâmpadas se apagam'. Ora, se suas lâmpadas se apagavam é por que restava um pouco de azeite nas mesmas(vs. 8) que anteriomente ao encontro com o noivo haviam colocado(vs. 1,3).

2. Embora tivessem azeite em suas lâmpadas, as virgens loucas não levaram azeite de reserva consigo o que resultou na falta do mesmo (Mt 25.3,8). 'Mas as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas' (Mt 25.4 ARA).

3. Saíram a comprar azeite de reserva num momento impróprio (vs. 9b,10). 'Estando elas ausentes, o noivo chegou e fechou-se a porta'. Estas ficaram de fora (vs. 10-12).

As dez virgens bem representam crentes que tendo acesa dentro de sí a chama do Santo Espírito (representado na parábola pelo azeite) aguardam a vinda de Jesus ( o noivo) com toda a diligência. As virgens prudentes representam os crentes que continuam atentos a que não se apague em suas vidas o fogo costante do Espírito Santo (vazilha de azeite). As virgens loucas representam crentes que não se preocupam em manter acesa dentro de sí a chama do Espírito. Preocupados com as coisas do mundo (um sistema de coisas perverso) se esquecem da vazilha de azeite e a chama do Espírito pouco a pouco se apaga.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Onde está Jesus?


Eis que estou à porta e bato".
(Apocalipse 3.20a)

O livro de Apocalipse até hoje tem sido pouco entendido, temido, mal interpretado e até mesmo desprezado. Até a simples leitura deste livro foi proibida por uma determinada organização religiosa. Aquele que fosse surpreendido lendo esse livro seria severamente punido. Fez-se em torno dele especulações várias e paira sobre ele um intrigante mistério. Há os que o interpretam de maneira quase todo literal: são os 'pré-milenistas'; também há os que o interpretam de modo simbólico: são os 'amilenistas'. Sabemos que a Escritura deve ser interpretada literalmente, a não ser que o contexto mostre outra coisa. O livro do Apocalipse ou 'Revelação' foi escrito pelo apóstolo João na ilha de Patmos, quando por ordem do imperador Domiciano foi preso e desterrado para aquela ilha. Domiciano exigia que todos os seus súditos o chamassem de 'Senhor e Deus', porém, João não aceitou tal pretensão e incentivou os demais cristãos a não prestarem esta honra indevida ao imperador. Segundo a tradição João foi colocado num caldeirão cheio de azeite fervente, mas escapou ileso, pois Deus o livrou da morte prematura. Isto muito impressionou o imperador, mas mesmo assim João foi desterrado para Patmos. Aos 85 anos de idade era obrigado a fazer trabalhos forçados e conviver com os piores criminosos do império romano. Entretanto foi nesta ilha simples e sombria que o Senhor Jesus revelou-se como o 'alfa e o ômega, o princípio e o fim. O Cristo glorificado concedeu-lhe visões inconcebíveis a nenhum outro homem, as quais escreveu num livro e enviou-as as sete igrejas da Ásia. O livro de Apocalipse enumera profecias sobre os últimos momentos de um sistema corrupto que tem dominado o mundo, e mensagens de exortação e advertências à igreja de Cristo. Os capítulos segundo e terceiro desse livro informa que uma das igrejas que receberam a carta foi a igreja que estava na cidade de Laodicéia, que era uma cidade rica e próspera. Era ela famosa pelas suas belas vestes confeccionadas pelos seus destros alfaiates, pela abundância de bons médicos e medicamentos (principalmente um pó branco para uso oftalmológico), e por ser um importante centro bancário. Estradas importantes cruzavam essa cidade, suas terras eram férteis e seus habitantes ricos. Todavia havia uma grande desvantagem: não havia suprimento de água permanente nas proximidades. A água tinha de ser levada por canos de pedra até a cidade, vinda de fontes termais que ficavam a certa distância chegando ali ainda morna. A carta contém muitas alusões ao caráter e circunstâncias da cidade (Ap 3.15-18). Apesar de todas as suas riquezas a cidade não podia produzir nem o poder curativo da água quente, como sua vizinha Hierápolis, nem o poder refrescante da água fria que podia ser encontrada em Colossos. Podia produzir apenas água morna, que provocava vômito nos visitantes que não tinham o paladar acostumado àquela água. A igreja de Laodicéia estava sendo acusada de inutilidade semelhante. O Filho do homem, título dado a Jesus, assevera: 'Você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca' (Ap 3.15). Tal como a cidade, a igreja pensava que 'não precisava de nada', enquanto que ela realmente precisava de 'ouro', de 'roupas brancas', e de 'colírio' mais eficazes que aqueles que seus banqueiros, costureiros e médicos podiam suprir. Semelhante a igreja laodicense existem muitas igrejas e muitos cristãos que acham que de nada precisam. Estão ocupados em obter riquezas, prazeres e fama esquecendo-se de obterem as riquezas espirituais e de buscarem a face de Deus. Muitos procuram um evangelho cheio de conveniências e de facilidades, de acordo com seus propósitos. Existem lugares que proíbem que determinados assuntos sejam abordados, para que aqueles que não estão com suas vidas de acordo com as escrituras se incomodem. Em muitos lugares o dinheiro tem ocupado a posição de Jesus Cristo, e indiretamente ensinam que por uma determinada quantia se obtêm curas, bênçãos, libertação e muitas outras coisas em seu 'balcão de ofertas'. Fazem isso de modo sutil e enganam a muitos que se encontram desprevenidos. Muitos se esquecem de que não é a Bíblia que deve se adequar a eles, mas eles é que devem se adequar a Bíblia. Tudo isso acontece por que Jesus se encontra fora de suas igrejas e de seus corações. Por esse motivo Jesus adverte: 'Eis que estou à porta e bato'.

Será que você está ouvindo a voz de Jesus chamando à porta do teu coração? Abrirá você esta porta a Ele ou deixará o Senhor Jesus do lado de fora como fez a igreja de Laodicéia? Os que não tem Jesus dentro de si são semelhantes à água morna e por isso Deus os não aceita, pois estão fora dos seus elevados padrões. Procure urgentemente ser um cristão cheio do poder do Espírito Santo de Deus e então você será aceito por Deus e Ele estará dentro de você.

Cortando as cordas


"Então os soldados cortaram as cordas...".
(Atos 27.32)

Quando você está passando por momentos adversos, perigando até mesmo perder sua vida, com certeza procura se agarrar à única oportunidade de escape que surgir mesmo que tenha de enfrentar uma grande tempestade em meio a um mar violento. Entretanto, as oportunidades de escape nem sempre são reais, mas ilusórias. Contudo, devemos cortar as cordas que prendem os escapes ilusórios e entregarmos nossas vidas a Deus e Ele dará o escape necessário. O livro de Atos foi escrito por Lucas, conforme a tradição, e é ele quem narra os acontecimentos enumerados nesse livro. Lucas não foi testemunha ocular do ministério de Jesus, mas investigou cuidadosamente os fatos que marcaram seu nascimento, vida e ascensão (Lc 1.1-4; At 1.1-3). O apóstolo Paulo o identifica como o "médico amado" (Cl 4.14) seu fiel amigo, irmão e cooperador (2 Tm 4.11; Fm 24). Em algumas seções do livro de Atos, Lucas aparece como o companheiro íntimo de Paulo e testemunha ocular dos acontecimentos nele relatados; Lucas usa o pronome pessoal "nós" (At 16.10-17; 20.5;21.18;27.1-28.16). Lucas deixa claro que Paulo era um grande propagador do evangelho e que não se calava diante de favores ou ameaças. Cerca de quarenta judeus juraram não comer nem beber enquanto não tivessem assassinado o apóstolo. Mas a cilada foi descoberta a tempo pelo sobrinho de Paulo, e este fez com que aquele fosse levado até o comandante romano encarregado de sua guarda. Paulo foi, então, enviado à cidade de Cesaréia para ser julgado. O governador romano da Judéia era Félix, que escutou o apóstolo em várias audiências num período de dois anos e nada fez (At 27.24) . Félix foi substituído por Pórcio Festo, que após ouvir Paulo e seus acusadores perguntou-o se estava disposto a ir à Jerusalém e lá ser julgado por ele Paulo de pronto rejeitou tal proposta . A esta altura dos acontecimentos perguntamos: por que Paulo não foi solto pelos governadores romanos se estes sabiam de sua inocência (At 25.25)? Enumeraremos apenas dois motivos ou questões:
Questões pessoais: Os governadores romanos eram de caráter duvidosos e o mais importante eram os seus próprios interesses. Marco Antônio Félix era um liberto do imperador Cláudio e governou com selvageria e ambição exercendo os poderes de um rei e as inclinações de um escravo. Conservou Paulo dois anos na prisão esperando receber suborno (At 24.26). Pórcio Festo, apesar de convencido da inocência do apóstolo (At 26.31), estava preparado para sacrificá-lo. Sugeriu um novo julgamento em Jerusalém, querendo agradar os judeus, apesar de saber que estes estavam querendo assassinar Paulo. O apóstolo bem sabia que poderia ser assassinado a caminho de Jerusalém (Festo poderia facilitar isto) ou ser condenado pelo próprio Festo quando lá chegasse. Festo havia dito que 'a lei romana não condena alguém antes de ser julgado'(At 25.16), entretanto, Jesus foi julgado, inocentado e mesmo assim morto.
Se assim fora com Jesus por que não seria com Paulo?
Questões Diplomáticas: A paz romana se fazia necessária visto que havia constantes ameaças de rebelião. Os governadores romanos precisavam enviar os impostos pagos pelos provincianos a Roma. Os judeus estavam insatisfeitos com os romanos e se fazia necessário não contraria-los absolvendo um prisioneiro que eles queriam condenar à morte a todo custo. Festo deixou apenas uma possibilidade para Paulo: 'apelar para César', e foi justamente o que Paulo fez. Indiretamente Festo havia decretado a sentença condenatória de Paulo e o embarcado para Roma.
Á caminho de Roma, Paulo e seus companheiros de viagem, enfrentaram uma grande tempestade e esta persistiu, sem diminuir, durante quatorze dias. Eles esperavam sobreviver, mas tudo parecia indicar que eles não chegariam a ver novamente a luz do sol. É Lucas quem declara: 'perdemos toda a esperança de salvamento'(At 27.20). Quantas vezes você se encontra em situações como esta enfrentada pelo apóstolo e seus cooperadores, onde em meio a tempestades de desgraças perde toda a esperança . A Bíblia declara que 'a esperança que se retarda deixa o coração doente'(Pv 13.12) mas 'nós não somos como os outros que não tem esperança'(1 Ts 4.13), pois 'até na sua morte o justo tem esperança'(Pv 14.32). Mesmo que você esteja em meio a vendavais diga: 'a minha esperança está em ti Senhor'. 'Não tenha medo, Deus atendeu o seu pedido'(At 27.24). Paulo orou por si mesmo e pelos seus companheiros de viajem e Deus lhes concedeu um grande livramento. Ore não apenas por você, mas também pelos outros, pois estão no mesmo barco que você. Deus está no controle de tudo, ele não te abandona jamais. Renove sua fé e a sua esperança, pois Deus ouviu a tua oração.
Que você possa ouvir o teu Deus te dizer: "Aquiete-se! Acalme-se", e tudo se fará bonança. Faça como o centurião Júlio que tomou a iniciativa de cortar as cordas
do bote salva-vidas. Ele cortou por que acreditou e se colocou nas mãos do Deus de Paulo. Corte as cordas que prendem aquilo que impede você de depositar sua confiança em Deus. Coloque-se nas mãos de Deus e deixe Ele lhe usar.